CIDADE ARMÁRIO: CORPOS, SEXUALIDADE E SUBVERSÃO
Camila de Freitas Moraes
Moraes, Camila De Freitas
Cristine Jaques Ribeiro
Ribeiro, Cristine Jaques
Carla Graziela Rodegueiro Barcelos Araújo
Araújo, Carla Graziela Rodegueiro Barcelos
Diônata Nunes Garcia
Garcia, Diônata Nunes
Pablo Rodrigo de Andrade Barbosa
Barbosa, Pablo Rodrigo de Andrade
Beatriz Santos de Moraes
Moraes, Beatriz Santos de
Bruna Patrícia Fumagalli Duarte
Duarte, Bruna Patrícia Fumagalli
Taynah Silva de Aviz
Aviz, Taynah Silva de
10/02/2021
107-117
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Este ensaio, traz como pano de fundo a violência e os processos de exclusões e subalternidades aos quais se materializam sobre os corpos da população lgbt, a saber Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais ou Transgêneros (LGBT) e sendo estes por assim dizer, sempre os corpos postos enquanto alvos do poder estatal, e constituindo-se assim desde o período colonial, isto é, a herança colonial trazida na Invasão das Américas mais do que dizimar, usurpar e aniquilar corpos, subjetividades e riquezas, instaurou nesse “novo mundo” códigos de condutas e de moralidade aos povos autóctones. Especialmente, no Brasil, quando as questões de sexualidade, raça e gênero se entrecruzam nos atos explícitos de discriminação que se avolumam, sobretudo, nos espaços públicos da cidade e sendo o território brasileiro um dos países que na atual conjuntura global se encontra dentre os que mais registram casos de violência lgbtfóbica e racial. Por isso, se fez importante trazer a metáfora da Cidade compreendida aqui enquanto Armário, por ser aquela que tampona a fala, silencia os corpos e organiza-os de modo a discipliná-los e a classificá-los. Diante disso, tem-se como aposta que as cidades modernas são as reinvenções do processo colonial, justamente, por se manterem em suas narrativas, comportamentos e ações a partir das estruturas da égide do poder eurocentrado e sendo essas postas em evidência nos modelos universalizantes de urbanização e territorialização; na produção e uso dos espaços públicos, mas sobretudo, na exclusão das formas dos sujeitos habitarem à cidade, de modo, a segregar e a mortificar aqueles que se encontram em dissonância as normas impostas e nesse sentindo, a Cidade Armário se apresentaria fissurada frente às problemáticas da exclusão social, da violação de direitos humanos, na precarização das formas de existir e da negação ao direito a cidade. A nível metodológico, a pesquisa se dá por meio da técnica de pesquisa bibliográfica e a partir da análise textual dos artigos encontrados no banco de dados do Scielo, LILACS e da Biblioteca Digital de Teses e Dissertações. Conclui-se, portanto, que se faz pungente denunciarmos as trajetórias dos corpos que historicamente se encontram em processo de desumanização, sendo esse trabalho uma aposta emancipatória e subversiva a partir do pensamento decolonial, anti-lgbtfóbica e antirracista na luta contra as opressões cuja a gênese se dá no período colonial, bem como, na necessidade de repensar e redefinir a investigação sobre o direito à cidade e os modos de nela se existir.
Cidade; Colonialidade; Corpos; Lgbt e Raça
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