COINFECÇÃO TUBERCULOSE/HIV: ESTUDO DA DISTRIBUIÇÃO DE CASOS NO BRASIL

A coinfecção TB/HIV é a causa que mais impacta com a mortalidade, sendo um desafio significativo para a saúde pública nos últimos anos, fazendo ser necessário o manejo de ambas as doenças de forma integral e articulada, a fim de minimizar sua ocorrência. É necessário conhecer o perfil epidemiológico da coinfecção TB-HIV, visualizando além da mortalidade, focando em dar destaque para a ocorrência de TB na pessoa que convive com HIV/aids e, assim, fornecer os subsídios necessários de controle de enfermidades. Este é um estudo descritivo de corte transversal, em que se avaliou o número de casos de coinfecção tuberculose/HIV entre os anos de 2010 e 2020, comparando sua distribuição entre os estados brasileiros, a fim de, traçar um paralelo entre a quantidade de casos, o índice de desenvolvimento e o número de habitantes, segundo o censo, das respectivas regiões analisadas. O primeiro objetivo desse estudo é mapear o cenário dos casos de coinfecção TB/HIV entre o período de 2010 – 2020, utilizando a distribuição espacial desses casos entre os estados brasileiros, suas macrorregiões e comparando com o quadro geral do Brasil; responder a pergunta: “O maior número de casos de coinfecção TB/HIV tem relação direta com menores índices de IDH?” e, por fim, mostrar estatisticamente se o maior número de casos de coinfecção está relacionado com o maior número populacional dessa área geográfica. Os resultados mostraram que o Brasil apresenta um declínio percentual do número de casos a partir de 2014, porém, a maioria dos estados encontram-se em ascensão, inclusive a maioria das regiões brasileiras também. Ocorreu ausência de relação inversa, ou seja, o aumento do IDH ao longo dos anos, tanto no Brasil, regiões e estados, não implicou na queda no número de casos de coinfecção, na maioria deles, como era o esperado. Conclui-se que o Brasil é um país muito heterogêneo, que não é possível definir um perfil espacial com exatidão utilizando-se apenas os tópicos selecionados neste trabalho. Porém, ficou evidente que apesar da taxa de coinfecção do país estar em queda, muitos estados estão sofrendo com a epidemia de coinfecção, merecendo atenção extra para entender os motivos que impedem o declínio dessas taxas.